sábado, 9 de diciembre de 2017

Como esterilizar artigos odontológicos ?

Não é nenhuma novidade que o combate às infecções dentro dos consultórios odontológicos é de extrema importância e tem sido bastante discutido e pesquisado entre profissionais da saúde oral e imunologistas. Alguns microrganismos são capazes de sobreviver em condições extremas de escassez de nutrientes, o que dificulta o seu extermínio. Há a necessidade de desenvolver, cada vez mais, a biossegurança dentro de ambientes de saúde, principalmente, nos consultórios odontológicos, com a finalidade de evitar contaminações diretas e cruzadas, entre pacientes e profissionais. Como já vimos nos posts anteriores do Blog, na assistência odontológica é comum o contato do profissional com pacientes portadores de algumas infecções que podem oferecer riscos, como a hepatite e a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Pode haver, também, a transmissão de doenças do profissional para o paciente. Torna-se importante discutir e intensificar pesquisas direcionadas a biossegurança e uso de Equipamentos de Proteção Individual, como luvas, touca, máscara e jaleco, bem como a eficaz limpeza e esterilização de materiais utilizados por profissionais da odontologia e sua equipe de saúde bucal. As principais esterilizações são feitas, na atualidade, com a autoclave e estufa em um tempo predeterminado.

Como esterilizar artigos odontológicos ?

Nesse post vamos tratar de todo o processo relacionado a esterilização com autoclaves, seguindo todas as normas técnicas. Espero que esclareça e ajudem a todos!

As autoclaves são equipamentos que utilizam vapor saturado para realizar o processo de esterilização. É o método de esterilização mais conhecido, mais utilizado e o mais eficaz. A autoclave odontologia apresenta grande eficácia na esterilização de materiais, mas exige que seu manuseio seja feito por pessoa habilitada, com conhecimento básico dos princípios de seu funcionamento.

Na escolha do equipamento a ser adquirido deve-se levar em consideração o volume, tamanho, tipo e fluxos de artigos a serem utilizados. Em temperaturas entre 121ºC e 132ºC, o vapor sob pressão é capaz de destruir todas as formas microbianas através de termo coagulação de proteínas. O efeito letal é obtido pela condensação que acarreta liberação de calor latente, precipitação e umidade, penetração em materiais porosos, aquecimento rápido e coagulação de proteínas.

São indicações e uso para esterilização, todos os artigos críticos (agulhas, lâminas de bisturi, sondas periodontais e materiais cirúrgicos) e os semicríticos (condensadores de amálgama, espátulas) termosresistentes, este é o método de menor toxicidade, mais seguro e eficaz.

OBS: O instrumental odontológico aceita bem a autoclavagem, com exceção dos instrumentos de aço carbono, que podem sofrer corrosão ou oxidação.

Agora vamos falar um pouco do preparo do material a ser esterilizado, lembrando que todo artigo deve ser considerado como contaminado, sem levar em consideração o grau de sujidade. Antes da esterilização, os artigos devem passar pelos seguintes processos:

a) Descontaminação: imersão completa dos artigos em hipoclorito de sódio a 0,5 a 1% ou glutaraldeido a 2%;

b) Limpeza: fricção mecânica, lavadoras ultrassônicas;

c) Enxágue: água potável e corrente

d) Secagem: secadora de ar quente/frio, papel toalha ou toalha de cor branca estéril.

OBS.: Durante todo o processo a pessoa que manipular os artigos deverá usar EPI.

É importante também saber qual o invólucros ideal para a esterilização depois que o material estiver completamente descontaminado, limpo e seco. Os instrumentos devem ser acondicionado por unidade e em pacotes envolvidos por um dos seguintes materiais:

a) Papel Kraft com pH 5-8;

b) Tecido de algodão duplo cru;

c) Papel grau cirúrgico;

d) Filme Poliamida entre 50 a 100 micra de espessura;

OBS: Não se deve ocupar toda a capacidade da câmara de esterilização nas autoclaves automáticas. Caso a carga esteja em excesso, o ciclo não se completa abortando a esterilização. Os pacotes devem ser colocados de forma a permitir a penetração e a circulação do vapor e a saída do ar. A ocupação da câmara deve ser de aproximadamente 80%.

Após seguirmos os procedimentos anteriores, não podemos deixar de observar o tempo e a temperatura de esterilização. Esse processo através do vapor saturado sob pressão é obtido observando-se as seguintes condições:

a) Exposição por 30 minutos em temperatura de 121ºC em autoclave convencional (com uma atmosfera de pressão).

b) Exposição por 15 minutos a uma temperatura de 132ºC em autoclaves convencionais (com uma atmosfera de pressão).

c) Exposição por 4 minutos a uma temperatura de 132ºC em autoclave de alto vácuo

OBS: O tempo só deverá ser marcado quando o calor da câmara de esterilização atingir a temperatura desejada.

Por fim, após a esterilização devemos tomar alguns cuidados para averiguar sua eficiência, como:

a) Observar à completa despressurização da autoclave;

b) Observar se todos os manômetros indicam o término da operação;

c) Retirar o material, fechado e lacrado com fita crepe para autoclave de vapor clase b, e datá-lo;

d) Verificar se há umidade nos pacotes, ela indica defeito da autoclave ou inobservância, pelo operador do tempo de secagem. Neste caso a esterilização deverá ser refeita;

e) Olhar se o risco preto da fita para autoclave está bem definido, caso negativo repetir o processo da esterilização.

De acordo com o sistema de vigilância sanitária, o instrumental esterilizado deve ser guardado em armário fechado, com prateleiras e exclusivos para esta finalidade. Deverão ser de fácil limpeza (fórmica/semanal), em local seco, arejado, livre de odores e umidade (jamais embaixo da pia com conexão de água e/ou esgoto). Local de acesso exclusivo da equipe de saúde bucal.
Além disso devem ser anotadas nos pacotes ou caixas metálicas a data de esterilização e a data limite de validade, de sete dias. Utilizar pacotes ou caixas metálicas pequenas, individuais.

É importante também lembrar que as autoclaves precisam de uma monitoração, ou seja, registro de dados relacionados ao funcionamento da autoclave (temperatura, tempo e material a ser esterilizado). É a validade do processo. Para isso usam-se testes biológicos e reagentes químicos.



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